No cenário esportivo global, as mulheres se destacam como verdadeiras pioneiras e modelos a serem seguidos, provando repetidamente que não há limites para suas conquistas. Ao longo dos anos, elas têm barreiras quebradas, desafios superados e continuam a elevar o nível de excelência no esporte.
O papel que as mulheres vêm conquistando é de suma importância, além de ser inspiração para todos. A história do esporte é permeada por desigualdades de gênero, com muitas delas sendo retiradas de competições e oportunidades. No entanto, esse cenário vem mudando ao longo de décadas, permitindo que mulheres determinadas quebrem barreiras.
Nomes como Billie Jean King, que desafiou o status quo no tênis, e Wilma Rudolph, que superou obstáculos para se tornar uma das maiores velocistas da história, são exemplos de como a perseverança pode abrir portas anteriormente fechadas. Com a mudança do cenário, mulheres têm conquistado seu espaço em diversos esportes, como o ciclismo.
Na edição do Piocerá Bike Experience, 65 competidoras participaram da prova em diversas categorias. Como é o caso da veterana do Piocerá/Cerapió, Venilda Eli, que compete há dez anos e nota o crescimento do número de mulheres no ciclismo, mas avalia que ainda é baixo o número de competidoras nas provas.
“Há um tempo atrás eram poucas mulheres que competiam. Hoje já vejo esse número crescer e isso me deixa muito feliz. A gente vê que tem muitas mulheres no ciclismo, só que na competição elas ainda são poucas. Acredito que ainda falta incentivo da família, do marido, porque esporte é saúde. Temos que incentivar todo mundo a participar, seja qual for a modalidade”, analisou.
Transformar o esporte em seu estilo de vida, essa é a história de Juscelina Mota Andrade, mais conhecida como Cece, que participa de competições há quinze anos e confessa ser um vício, se fazendo presente todos os finais de semana em competições.
“Além do ciclismo, sou atleta de corrida de aventura, treino run e motobike. Sou campeã brasileira de corrida de aventura e tenho alguns títulos de motobike e treino run. Confesso que quando cheguei em Ibiapina e vi várias meninas, fiquei animada, pois são mulheres que pedalam bem e estão ganhando seu espaço no esporte. Venham meninas, competir é legal demais”, convidou Cece.
Superar seus próprios limites, foi o que levou Nivia Maria a se apaixonar pelo ciclismo. Ela iniciou no esporte há um ano e meio e compete na categoria Elite Feminina. Segundo ela, o esporte é uma forma de terapia.
“Nas competições que participo quero dar tudo de mim e estou sempre em busca do primeiro lugar. Eu acho que competir é superação. A mulher fazer um negócio desse aqui, competindo na mesma trilha que os homens, é muito massa. É terapêutico”, analisou.
Presença das mulheres no Piocerá cresce a cada ano
No Piocerá Bike Experience, são 65 competidoras inscritas que competem nas seguintes categorias: Elite Feminina, Dupla Mista, Master A Feminino, Master B Feminino, Master C Feminino e Amador Feminino. Mas a presença das mulheres não é recente. Segundo Flávia Moreira, diretora administrativa do Piocerá/Cerapió, elas começaram a competir há algumas décadas nas motos, logo no início da competição, depois iniciaram em outras modalidades.
“Começamos a notar o crescimento das mulheres no Piocerá e em outras competições do país. É muito legal essa equidade de gênero nesse quesito. As mulheres também podem participar de competições esportivas radicais e ter seu momento de pódio. A prova de hoje foi um exemplo, as competidoras aguentaram o calorão, chegando junto com os homens e teve mulher fazendo tempo melhor que eles”, comentou.
Flávia é sócia do Ehrlich Cordão, na Radical Produções, responsável pela realização do Piocerá/Cerapió há 36 anos. Ela está à frente da gestão administrativa e financeira da empresa desde 1997, ela divide essa missão com Cordão, que ela chama carinhosamente de seu parceiro de vida.
“Eu fico muito feliz com isso, pois sou mulher, estou na gestão de uma empresa desde 1997 com meu marido, meu parceiro de vida, ver esse crescimento das mulheres nas bikes, moto, carros e expedição me deixa extremamente feliz”, disse.
A diretora destaca ainda que a presença feminina no esporte tende a se fortalecer a cada dia, porque além de todo o potencial, as mulheres são exemplo de competência, garra e fora. E o melhor: ainda são lindas.
“Sem falar da presença das mulheres dentro da produção do evento, na comunicação, trazendo esse outro olhar, mais sensível, mais clínico. Não menosprezando os meninos que também estão dando o show, mas a gente está em todo canto. Virou, tem uma mulher dominando o pedaço”, brincou.
O Piocerá Bike Experience conta com o patrocínio da Lei de Incentivo ao Esporte do Ceará, Monster Energy e Governo do Estado do Ceará, além do apoio da Prefeitura de Frecheirinha e Prefeitura de Ibiapina. O evento é realizado pela Radical Produções, FCA e Proativa.